quinta-feira, 28 de março de 2013
sábado, 23 de março de 2013
Manifestando-me sobre o Manifesto…
Embora discorde de parte
substancial do conteúdo do “Manifesto pela Democratização do Regime”,
apresentado na semana passada por um conjunto de personalidades da sociedade
portuguesa, oriundos de diversos quadrantes políticos, não posso, contudo, deixar de reconhecer a pertinência de algumas
das questões abordadas no documento.
Os partidos políticos
representam, na sua essência mais pura, correntes de pensamento ideológico e,
por isso mesmo, são, no meu entender, a pedra basilar da democracia
representativa. Muito sinceramente, é com ceticismo que antevejo um sistema
democrático que não assente em projetos políticos consubstanciados por conceções
ideológicas da sociedade.
Todavia, julgo que os partidos
políticos devem repensar o seu status quo,
sob pena de cavarem ainda mais o fosso que separa os partidários dos
apartidários, fomentando uma agonizante descrença dos cidadãos nas organizações
políticas. Urgem, por isso, sinais de mudança de paradigma!
Os partidos precisam de dar claros
sinais de abertura à sociedade. A reforma do sistema eleitoral nas eleições
legislativas, passando-se a eleger deputados por ciclos uninominais, sem dúvida
que é uma forma de aproximar mais os eleitores dos eleitos, responsabilizando
as escolhas de quem vota e de quem é mandatado.
Julgo que a impermeabilidade
atual do acesso a lugares na Assembleia da República, por parte de listas
independentes, é outra evidência com a qual os responsáveis partidários não
devem temer romper, sob pena de, com esta posição, evidenciarem uma anoréxica
falta de crença no conteúdo ideológico que os seus partidos têm subjacente.
Não tenhamos dúvidas, as pessoas
precisam de voltar a acreditar que podem confiar no sistema político, e cabe
aos partidos democráticos perceber o que está em jogo. No meu entender, tão e
só, a democracia que tanto sangue, suor e lágrimas custou a conquistar.
terça-feira, 12 de março de 2013
O estrabismo do “Olho Vivo”
Ri-me à gargalhada com a imagem
apresentada na rubrica “Olho Vivo”, do jornal “O Alvaiazerense”, nesta última
edição de fevereiro! Onde isto chegou…
A fotografia publicada foi tirada
no troço de acesso da vila de Alvaiázere à EN 110 (nos Bispos) , cuja requalificação, ao contrário do veiculado pelo mensário, ainda se encontra em fase de conclusão, não estando (em bom rigor), sequer aberto à circulação
de trânsito, exceção feita para moradores.
Exceção feita para moradores, o trânsito está vedado no troço em causa. |
Julgo que é evidente a nova vocação
d’“O Alvaiazerense”: fiscalização e coordenação de obras!
terça-feira, 5 de março de 2013
Responsabilidade 2.0
A virtuosidade do espaço virtual é
por demais evidente, de onde relevo a extraordinária faculdade de propiciar
a plena democratização do uso do direito de livre expressão de pensamento e de
opinião, por parte dos cidadãos.
Contudo, a liberdade que a web possibilita no exercício pleno de
participação cívica, só é atingível quando a intervenção pública é responsável,
e não se esconde por de trás do conforto idiota e cobardolas que o anonimato “cibernáutico”
permite.
“Zorros e Batmans” erguendo teclados, tablets, smartphones e outros gadgets
em riste, apropriam-se de fóruns de discussão, de blogues e das próprias redes
sociais, subvertendo e abusando do poder da palavra e da liberdade de expressão.
Em determinadas circunstâncias,
dependendo da conjuntura política, o anonimato e a proteção da identidade, em
qualquer das suas dimensões, constitui-se como um importante (por ventura,
quase obrigatório), meio de luta contra a privação da liberdade, nomeadamente,
em sociedades com deficits
democráticos. Na Europa de hoje e, de resto, no mundo ocidental, tais
comportamentos só descredibilizam a convivência democrática e, pior que isso,
têm o efeito contrário de servir e justificar, muitas vezes, os propósitos dos
temerários da crítica e do contraditório, que, infelizmente, também habitam o
espaço público.
Não considero que o fim do
anonimato na internet deva ser, por e simplesmente, decretado. Nós, enquanto
cidadãos de uma sociedade que se ambiciona plenamente democrática, é que
devemos estar à altura da nossa ambição, não nos socorrendo destes subterfúgios
que não são mais do que formas de fugirmos às nossas responsabilidades.
É por isso que, de forma
totalmente clara e transparente, dou início a este espaço de exposição de pensamento e de opinião. Não por lidar mal
com o confronto de ideias, mas porque a blogosfera
constitui-se amiúde como um meio de espoliação dos direitos, liberdades e
garantias dos cidadãos (pelas razões que, de resto, já expus), vou vedar a
publicação de quaisquer comentários.
A “mascarilha” que esconde o nome
só revela o quão desinteressante é o carácter da pessoa que a usa, demonstrando
que muitos de nós continuarão a mostrar uma inaptidão crónica para honrar as
conquistas de abril. Julgo eu…
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