Professo a minha fé: acredito que as eleições primárias são
fundamentais para aproximar os partidos políticos dos cidadãos.
Mais: sinto um "amargo de boca" por não ser o meu
partido o pioneiro das primárias em Portugal, pese embora o facto de estas há
muito serem defendidas por várias personalidades do PSD e pela própria JSD.
Sucede, porém, que as primárias do PS nasceram desvinculadas
de substância, tendo sido, antes, uma arguta jogada no xadrez que opõe Seguro a
Costa. Está a servir mais como uma bóia, para ajudar Seguro a manter-se mais
algum tempo à tona, do que propriamente para mobilizar os Portugueses em torno
de uma nova forma dos partidos se relacionarem com a sociedade.
Os cidadãos não gostam (e estão fartos) destas manigâncias,
nem tão pouco apreciam o folhetim de bolso que se tem assistido nas últimas
semanas. Esperemos que o que se viu sirva de exemplo, para que quem venha a
seguir possa fazer melhor...
Ainda assim, embora o enfoque do debate socialista estejam a
ser as tricas partidárias, há um conjunto de conclusões imediatas que se podem
tirar.
Desde logo, é mais o que os une do que os separa; estilos à
parte, a cantilena é a mesma. Por outro lado já deu para perceber que António
Costa não traz nada de novo, a não ser o embrulho. O seu discurso é de tal
maneira vago, que para além do sound bite da "agenda para a década",
não se descortina mais nada de substancial. Desiludam-se, por isso, os que vêm
no edil de Lisboa uma espécie de messias ou de D. Sebastião.
Tenho poucas dúvidas de que António Costa vai ser candidato
a Primeiro-Ministro. Ganhou as recentes eleições internas para as Federações,
tem o apoio da aristocracia socialista e toda a imprensa a levá-lo no andor.
(Publicado a 11 de setembro de 2014, no espaço de opinião "Opinião Semanal" da página institucional do "facebook" da Concelhia de Alvaiázere da Juventude Social Democrata)